As ruas têm história – Rua Marquesa de Santos

01/10/2021

Em 2022, comemora-se o Bicentenário da Independência do Brasil, proclamada no bairro do Ipiranga por Dom Pedro I, o primeiro Imperador do país. Neste bairro histórico, encontra-se a Rua Marquesa de Santos. É uma homenagem à mulher lembrada por sua grande influência junto ao Imperador Pedro I. Em um mundo dominado por homens, a Marquesa se sobressaiu por sua personalidade, beleza e ambição.

Retrato de Domitila de Castro Canto e Melo (Marquesa de Santos). Fonte: Wikimedia Commons

Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, nasceu em São Paulo em 27 de dezembro de 1797. Filha de João de Castro do Canto e Melo, um militar de carreira respeitável, e Escolástica Bonifácia de Oliveira e Toledo Ribas, fazia parte de uma família tradicional e influente da cidade.

Seu primeiro casamento foi aos 15 anos de idade, em 1813, com o alferes Felício Pinto Coelho de Mendonça, com quem teve três filhos. Apesar do prestígio que a união trazia, Felício era alcoólatra, viciado em jogos e violento com a esposa. Quando Domitila demonstrou querer o divórcio, ele tentou matá-la, fazendo com que ela o abandonasse, abrindo um processo de pedido de divórcio, um tabu na época.

Em 1822, conheceu e travou relações com o então Príncipe D. Pedro, que a convocou para a Corte e interferiu no seu pedido de divórcio do primeiro casamento, fazendo com que este fosse aceito em 1824.

Na condição de favorita do Imperador, Domitila foi nomeada dama Camarista da Imperatriz, Viscondessa de Santos e, em 1826, recebeu o título de Marquesa de Santos. No mesmo ano, o Imperador decide reconhecer a filha que tivera com a amante, demonstrando que sua influência política na Corte era inegável. Indo além, D. Pedro I concedeu o título de duquesa de Goiás à menina. A Marquesa não só demarcava sua condição para além de uma simples amante real, mas assegurava que não voltaria a ser uma mulher comum, e nem suas filhas, incluindo as outras duas, que foram a Duquesa do Ceará e a Condessa de Iguaçu.

Afastada do Rio de Janeiro, em 1829, regressou a São Paulo. Aqui se casou com o Brigadeiro Tobias, enviuvando em 1857. Nos últimos anos de sua vida, já bastante idosa, entregou-se às obras de caridade. Faleceu em 03 de novembro de 1867.

Na Biblioteca histórica do Museu Vicente de Azevedo, que comporta mais de 600 títulos, incluindo os que pertenceram ao Conde José Vicente de Azevedo e seus familiares, encontram-se exemplares que contam a história da Marquesa de Santos.

REZZUTTI, Paulo. "Domitila: a verdadeira história da marquesa de Santos", 2013; MAUL, Carlos. "Vida da Condessa de Iguassú (filha de D. Pedro I e da Marquesa de Santos)", 1942. Biblioteca histórica do Museu Vicente de Azevedo.

A Rua Marquesa de Santos foi oficializada pelo decreto nº: 2.688 de 20/09/1954. Via oficial pela Lei 4371/53.

Rua Marquesa de Santos, Vila Dom Pedro I.

Esta e outras histórias estão preservadas no acervo do Museu Vicente de Azevedo da FUNSAI.

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Tel.: (11) 2215-6900

E-mail:museuvicentedeazevedo@funsai.org.br

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