Diplomacia Brasileira

01/04/2022
Foto: PALÁCIO DO ITAMARATY
Foto: PALÁCIO DO ITAMARATY

Você sabia que para chegar ao topo da carreira diplomática, muitas vezes é necessário aguardar pelo menos 30 anos de trabalho?

A diplomacia é a mais prestigiada dentre as opções de carreira que compõe o Serviço Exterior Brasileiro. A principal função do diplomata é promover o seu país pelo mundo de acordo com seus interesses políticos, mas sempre colocando como prioridade a diplomacia, que consiste na ação civilizada e pacífica de se relacionar com diferentes grupos, nações ou sociedades. A diplomacia representa um instrumento típico da política externa dos países.

No Brasil, o Dia do Diplomata é comemorado no dia 20 de abril, em homenagem ao nascimento do patrono da diplomacia brasileira, José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco que iniciou sua carreira no Serviço Exterior em 1876.

São várias as funções do diplomata, além de negociar acordos que defendam o interesse do país. Entre elas, informar e colher informações sobre temas de interesse do governo, incentivar relações culturais e econômicas internacionais, promover os interesses do país no exterior, buscar melhorar a imagem internacional do país, dar apoio a brasileiros no exterior, contribuir com a política externa ao buscar informações importantes e específicas que conduzam as relações do Brasil com outros países.

O diplomata também pode atuar em momentos de cerimonial e protocolos, além de obter dados, negociar e assinar contratos e tratados representando o país. Pode atuar tanto dentro quanto fora de seu país de origem. No Brasil, ele irá trabalhar em departamentos pertencentes ao Ministério das Relações Exteriores em Brasília, em escritórios regionais do Itamaraty espalhados pelos estados ou em entidades da Organização das Nações Unidas (ONU) com atuação no país. No exterior pode atuar em embaixadas, consulados, agências especializadas da ONU ou em missões internacionais específicas.

É exigido do profissional que deseja ingressar na carreira curso superior completo em qualquer área, embora a maioria dos candidatos tenha formação em Direito ou Relações Internacionais. É necessário ser fluente em outros idiomas, pois estão sempre viajando pelo mundo e isso é fundamental para que ele consiga se comunicar com clareza e passar sua mensagem de maneira coesa em qualquer lugar do mundo. A rotatividade de postos é alta, cerca de 2 a 3 anos em cada lugar. Também é necessário ser aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomatas (CACD).

A aprovação no CACD habilita o candidato a ingressar no cargo de Terceiro-Secretário da carreira diplomática e a matricular-se no Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco, que está ligado ao Ministério das Relações Exteriores, também chamado de Itamaraty. O profissional passa por treinamento intenso para que seja capaz de representar o país e lidar com as mais diversas situações políticas externas e relações internacionais. É preciso estar atualizados e acompanhar o dinamismo do mundo, por isso, é importante renovar os conhecimentos gerais.

Apenas a primeira promoção para Segundo-Secretário se dá automaticamente. Anualmente é feito uma avaliação dos candidatos, e de acordo com o tempo de serviço prestado, acontecerá à progressão na carreira. Ao final de alguns anos, é possível migrar para a classe seguinte até chegar no topo da cadeia hierárquica. Os cargos seguintes são: Primeiro-Secretário, Conselheiro, Ministro de Segunda Classe e Ministro de Primeira Classe (Embaixador).

As atribuições de cada cargo são:

• Terceiro-Secretário: é tido como diplomata, mas ainda é aluno do curso de formação que dura dois anos.

• Segundo-Secretário: é a única promoção que ocorre de forma automática e que leva no mínimo três anos.

• Primeiro-Secretário: esta é a primeira classe na qual o diplomata pode chefiar algum departamento ou ainda ser assessor do ministro ou do secretário geral.

• Conselheiro: para alcançar esta posição, são necessários no mínimo nove anos. O conselheiro poderá chefiar por exemplo, uma divisão como as da Nações Unidas.

• Ministro de Segunda Classe: pode assumir a chefia de um departamento como o do Oriente Médio.

• Ministro de Primeira Classe: também conhecido como embaixador, é necessário esperar muitas vezes ao menos 30 anos de trabalho para chegar ao topo da carreira diplomática.

Vale ressaltar que Ministros de Primeira e Segunda Classe podem ser indicados pelo Presidente da República para a função de embaixadores em outros países.

Como vimos, o diplomata é importante por ajudar o país com questões internacionais, por ser o mediador de conflitos e principal agente na promoção de boas relações com líderes e indivíduos de outros países.

Fonte: Eldo Gomes / Inst. Rio Branco / Itamaraty / Politize.com.br

Por CAJ