IMIGRAÇÃO JAPONESA NO ESTADO DE SÃO PAULO

01/06/2022
FOTO: UOL
FOTO: UOL

A vinda de imigrantes japoneses para o Brasil foi motivada por interesses dos dois países: o Brasil necessitava de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente em São Paulo e no norte do Paraná e o Japão precisava aliviar a tensão social no país, causada pelo alto crescimento da população. Apesar de não serem favoráveis à imigração, em 1906, os governos do Japão e do Estado de São Paulo levaram adiante esse processo.

A imigração japonesa no Brasil tem como marco inicial a chegada do navio KasatoMaru, em Santos, no dia 18 de junho de 1908. Do porto de Kobe a embarcação trouxe, numa viagem de 52 dias, os 781 primeiros imigrantes vinculados ao acordo imigratório estabelecido entre Brasil e Japão.

Nos primeiros sete anos de imigração japonesa, chegaram ao Brasil quase 15 mil pessoas. Entre 1917 e 1940, foram mais 164 mil japoneses, dos quais 75% vieram para São Paulo. A maior parte dos imigrantes chegou no decênio 1920-1930, mas o foco não era mais apenas as plantações de café. Eles também buscavam trabalho no cultivo de morango, chá e arroz.

A população vinda do Japão e a primeira geração de japoneses no Brasil esperava enriquecer e regressar ao seu país; a segunda geração de japoneses, no entanto, perdeu a esperança de retornar ao Japão, devido ao início da II Guerra Mundial. A partir disso, muitos imigrantes chegam neste período, atraídos por parentes que já tinham imigrado.

Os imigrantes japoneses estranhavam a condição de colonos, tal como a comida e a moradia. As condições de trabalho e o manejo dos instrumentos lhes eram penosos. Aos poucos, foram se acostumando e recorrendo a práticas trazidas de seu país de origem.

A prática do cooperativismo foi empreendida por esses imigrantes nas fazendas de São Paulo; asseguraram, dessa forma, o pioneirismo na criação das cooperativas agrícolas e o início da vida urbana. Em 1930 dedicam-se a empreendimentos comerciais e industriais.

Ao fim dos contratos nas fazendas, muitos imigrantes procuravam a cidade de São Paulo. Em 1912 foi estabelecida "a rua dos japoneses", no bairro da Liberdade.

Em 1914 teve início a primeira escola para a educação dos filhos dos imigrantes japoneses. A construção de escolas japonesas foi tão acelerada devido à preocupação com o ensino que, no fim da década de 30, configuravam aproximadamente 400 no cenário brasileiro. Em 1934 havia sido fundada a Liga Estudantil Japonesa de São Paulo, que visava dar suporte aos estudantes japoneses que chegavam do interior para estudar na cidade.A valorização do ensino contribuiu com a elevação do nível econômico e social dos imigrantes japoneses.

Em 1915 foi aberto o Consulado Geral do Japão na Praça da Sé- havendo mudado para a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio nos anos 30.

Em 1916, inaugurada a primeira fábrica de móveis em São Paulo; em 1922, já havia fábrica administrada pelos japoneses, considerada uma das melhores da cidade.

Em 1924 foi inaugurada a pensão Tokiwa, cujo dono fabricou e iniciou a venda do molho de soja. Além desta, outras pensões compunham o comércio que se voltava para esta população.Começaram a surgir estabelecimentos que vendiam produtos importados do Japão para consumidores brasileiros.

Em 1924 foi fundado em São Paulo, o Dojinkai, entidade que visava cuidar do bem-estar e saúde dos imigrantes japoneses, que contava com recursos assistenciais do Governo do Japão.

De 1933 a 1941 foi considerado o período de expansão industrial da colônia - antes, havia dificuldade em comunicar-se e investir capital. Nesse momento, o investimento em processo de café, linhas, seda, tecelagem, contava com participação de empresas algodoeiras do Japão, forçadas a encerrar suas atividades com a eclosão da II Guerra.

Em 1939 oficializou-se o Hospital Japonês, construído na Vila Mariana "Sociedade Brasileira e Japonesa de Beneficência Santa Cruz.

Em 23 de julho de 1953, Yoshikazu Tanaka inaugurou na Rua Galvão Bueno um prédio de 5 andares, com salão, restaurante, hotel e uma grande sala de projeção no andar térreo, para 1.500 espectadores. Ao redor, a comunidade japonesa expandiu-se.

Atualmente, vivem mais de 1 milhão de japoneses em São Paulo,a maior população japonesa, fora do Japão.

Foto: Acervo do Museu Histórico da  Imigração Japonesa no Brasil.
Foto: Acervo do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.

Por CEI