Nossa Língua Portuguesa

01/11/2021
Secom/gov.br
Secom/gov.br

Lá em Moçambique, alguém o avisa que o machimbombo está chegando: em Angola é o autocarro que está vindo e no Brasil é o ônibus que está encostando. Apesar de todas as diferenças de vocábulos, a língua é a mesma- o Português.

O dia da língua portuguesa é comemorado em três datas:5 de novembro, data instituída através de uma lei brasileira, uma homenagem ao escritor e político Ruy Barbosa; 5 de maio, instituída em 2009 pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e 10 de junho, comemorada principalmente em Portugal, uma homenagem ao poeta português Luiz Vaz de Camões.

É preciso lembrar que a língua é o nosso principal mecanismo de comunicação e possibilita a emancipação dos indivíduos, já que por meio dela os conhecimentos são adquiridos. A beleza da nossa língua é incontestável, consideradapelo escritor espanhol Miguel de Cervantes, "doce e agradável, a língua mais sonora que existe no mundo". É a 5ª língua mais falada no mundo, atualmente, por cerca de 290 milhões de pessoas, sendo que 73% são brasileiros.

Os dois únicos países cuja língua portuguesa é primária são Brasil e Portugal. É língua oficial em antigas colônias portuguesas como Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África. Além disso, por razões históricas, falantes do português são encontrados também em Macau (China), Timor-Leste, em Damão e Diu e estado de Goa (Índia), Malaca (Malásia), na ilha das Flores (Indonésia), Baticaloa (Sri Lanka) e nas ilhas ABC no Caribe.Desde 1986, o português é uma das línguas oficiais da União Européia.

A origem da língua portuguesa está ligada ao latim - língua falada pelo povo romano, que se situava no pequeno estado da Península Itálica, o Lácio. Em 218 a.c., os romanos dominaram a região da Península Ibérica, local que abrange Portugal, Espanha, uma parte da França e outras áreas. A partir daí, o latim se modifica ao entrar em contato com os idiomas desses locais. Após alguns séculos, os povos germânicos chegam a essa região causando novas modificações no idioma e anos mais tarde, com a invasão dos povos árabes, outras mudanças ocorrem. Só em 1128 os habitantes da Península conseguem expulsar os muçulmanos, surgindo então à nação de Portugal.

A expansão da língua portuguesa se deu entre os séculos XV e XVI, período das grandes navegações, quando Portugal fez colônia no Brasil e em diferentes regiões da África. Antes da chegada dos portugueses estima-se que cerca de 1.500 línguas eram faladas no Brasil. No início da colonização portuguesa no Brasil, o Tupi foi usado como língua geral na colônia, ao lado do português. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, o português fixou-se definitivamente, herdando das línguas indígenas palavras ligadas à flora eà fauna. Com a chegada dos escravos vindos da África, a língua falada na colônia recebeu novas contribuições.A vinda da família real para o Brasil em 1808 influenciou de forma categórica a permanência e regulação do idioma por aqui.

Após a independência, o português falado no Brasil sofreu novas influências com a chegada de imigrantes europeus que se instalaram no centro e sul do país. Isso explica certas modalidades de pronúncia e algumas variações de palavras que existem entre as regiões do Brasil, chamadas de dialetos. "Mandioca", "aipim" ou "macaxeira" são nomes diferentes para designar o mesmo alimento, dependendo da região do Brasil. O mesmo ocorre com "bolacha" e "biscoito". Em certas regiões do Brasil, algumas palavras podem apresentar outros significados como, por exemplo, em Marabá, no Pará, "gostoso" quer dizer "tornozelo"; "apaixonado" quer dizer "nervoso ou chateado"; e "nojento" é o mesmo que "eficiente", "persistente". Hoje, no Brasil, existem 16 principais dialetos: caipira, costa norte, baiano, fluminense, gaúcho, mineiro, nordestino, nortista, paulistano, sertanejo, sulista, florianopolitano, carioca, brasiliense, serra amazônica e recifense. Podemos dizer que são essas diferenças que enriquecem o patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa.

Por CAJ