O SANTO PADROEIRO DOS CIENTISTAS

01/12/2023

POR: CAJ

Por mais frio, racional e calculista que um ser humano possa ser, na hora que a coisa fica feia, como quando a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) rejeita a sua prestação de contas ou quando a revista rejeita seu artigo na reta final para a defesa do Doutorado, vale tudo! Até apelar para a ajuda dos santos católicos. Por isso, não se desespere, jovem cientista. Você tem sim a quem recorrer: São Alberto Magno, o padroeiro dos cientistas.

São Alberto Magno
São Alberto Magno

De acordo com a Wikipédia, Alberto nasceu na Alemanha (Baviera), no ano de 1193. Estudou nas Universidades de Pádua e na de Bolonha, ambas na Itália. Depois, se estabeleceu como professor na região de Colônia (Alemanha), onde deu aulas para Tomás de Aquino.

Em 1931, foi canonizado e proclamado Doutor da Igreja pelo papa Pio XI. Dez anos depois foi proclamado santo padroeiro dos cientistas. Sua festa é celebrada no dia 15 de novembro.

É possível conciliar Ciência e Religião? Um cientista pode ser religioso?

No dia 24 de março de 2010, o então papa Bento XVI falou sobre São Alberto Magno para o público na Praça de São Pedro no Vaticano. Transcrevo alguns trechos do discurso, que pode ser lido na íntegra, em português, no site do Vaticano:

"Ele ainda tem muito para nos ensinar. Sobretudo, Santo Alberto demonstra que entre fé e ciência não existe oposição, contudo há alguns episódios de incompreensão que se verificaram na história.

Um homem de fé e de oração, como foi Santo Alberto Magno, pode cultivar tranquilamente o estudo das ciências naturais e progredir no conhecimento do microcosmos e do macrocosmos, descobrindo as leis próprias da matéria, porque tudo isto concorre para alimentar a sede e o amor de Deus. A Bíblia fala-nos da criação como da primeira linguagem através da qual Deus – que é suma inteligência, que é Logos – nos revela algo de si mesmo. O livro da Sabedoria, por exemplo, afirma que os fenômenos da natureza, dotados de grandeza e beleza, são como as obras de um artista, através das quais, por analogia, nós podemos conhecer o autor da criação. Com uma semelhança clássica na Idade Média e no Renascimento pode-se comparar o mundo natural com um livro escrito por Deus, que nós lemos com base nas diferentes abordagens das ciências.

Com efeito, quantos cientistas, nas pegadas de Santo Alberto Magno, fizeram progredir as suas investigações inspirados pelo encantamento e pela gratidão diante do mundo que, aos seus olhos de estudiosos e de crentes, parecia e parece a obra boa de um criador sábio e amoroso! O estudo científico transforma-se, então, num hino de louvor. Compreendeu-o bem um grande astrofísico dos nossos tempos, cuja causa de beatificação foi iniciada, Enrico Medi, que escreveu: 'Oh, vós misteriosas galáxias… eu vejo-vos, calculo-vos, entendo-vos, estudo-vos e descubro-vos, penetro-vos e reúno-vos. De vós tomo a luz e dela faço ciência, tomo o movimento e faço dele sabedoria, tomo o brilho das cores e dele faço poesia; tomo-vos, a vós estrelas, nas minhas mãos e, tremendo na unidade do meu ser, elevo-vos acima de vós mesmas, e em oração apresento-vos ao Criador, que somente através de mim vós estrelas podeis adorar'." (Le opere, Inno alla creazione).

Santo Alberto Magno recorda-nos que entre ciência e fé existe amizade, e que os homens de ciência podem percorrer, através da sua vocação para o estudo da natureza, um autêntico e fascinante percurso de santidade.

Santo Alberto Magno faleceu no dia 15 de novembro de 1280, aos 87 anos!

Fonte: www.blogs.unicamp.br/femurdistal