SÉRIE - A ÉTICA DE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO E A IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL

Esse mês comemora-se os 112 anos da Imigração Japonesa no Brasil.Relembramos a chegada do navio KasatoMaru, em 1908 que, após uma longa viagem de 52 dias, trouxe a primeira leva de imigrantes nipônicos para o país. No bairro do Ipiranga, o trabalho do Conde José Vicente de Azevedo marcou a história de muitos desses imigrantes, através de suas contribuições para difundir a fé católica.

Em 1929, o Conde foi abordado por um padre jesuíta chamado Guido Del Toro, que lhe pediu a doação de um terreno para a construção de um colégio para atender imigrantes japoneses e seus descendentes, com o objetivo de despertar vocações de missionários jesuítas a serem enviados para o Japão. De início, o Conde resistiu à ideia, pois desejava utilizar o terreno para o auxílio de descendentes de ex-escravizados; porém o Padre Guido acabou por convencê-lo e o Conde lhe cedeu um terreno de 24.000m² para a construção do que viria a ser o "CollegioCatholicoJaponês São Francisco Xavier".

O PadreGuido tinha como missão de vida formar ao menos um padre jesuíta de origem japonesa, mas nisso enfrentou grandes dificuldades. Três dos jovens vocacionados que formou no Colégio São Francisco Xavier acabaram por não seguir a vocação e dois morreram precocemente: um deles, Bartolomeu Nakashima, chegou a fazer os votos, porém adoeceu, falecendo santamente, como religioso da Congregação. O último, Inácio Sakamura, fez o noviciado, porém também acabou por falecer no Sanatório Maria Imaculada em S. José dos Campos, em 1938.

Desolado, o Padre visitou mosteiros e conventos em busca de terços e pediu para que as Crianças da Cruzada Eucarística rezassem muito para ajudá-lo em seu trabalho. E, segundo ele, isso deu frutos! Em 1952, após vinte e sete anos de trabalho, finalmente entregou à Congregação 25 padres jesuítas nipo-brasileiros.