TRAVA-LÍNGUAS E BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS
Peteca, amarelinha, pião, bola de gude e elástico. Se você reconheceu algumas dessas brincadeiras (ou até mesmo todas), Parabéns! Provavelmente, teve uma infância para lá de boa, marcada pela tradição do folclore brasileiro. Reflexo de várias gerações, essas brincadeiras se inserem na definição de folclore, por sobreviverem ao tempo e a uma cultura mantida em várias regiões do país.
Em geral, muitas delas existem há décadas ou até séculos. Costumam sofrer modificações de acordo com a época, sem deixar a essência de lado. É, sobretudo, uma cultura mantida com ensinamentos passados às crianças, de pais que, outrora, herdaram de seus avós e assim sucessivamente. No cenário atual, mais urbanizado, industrializado e informatizado, a tendência é que muitas dessas brincadeiras tradicionais se percam, principalmente entre as crianças das próximas gerações.
Existem também os trava-línguas que são frases folclóricas criadas pelo povo com objetivo lúdico. Apresentam-se como um desafio de pronúncia, ou seja, uma pessoa passa uma frase difícil para um outro indivíduo falar. Estas frases tornam-se complicadas, pois possuem muitas sílabas parecidas, devem ser faladas rapidamente e exigem movimentos repetidos da língua. Fazem parte do folclore brasileiro, porém estão mais presentes nas regiões do interior.
Existem também as parlendas que são rimas infantis que divertem as crianças ao mesmo tempo que trabalham com a memorização e a fixação de alguns conceitos. Segundo estudiosos, as parlendas servem como sistemas educativos que fazem parte da literatura popular oral e do folclore brasileiro e por serem repetidos com frequência ficam gravados na mente. Antigamente eram muito usadas para iniciar brincadeiras e determinar quem seria o primeiro participante a iniciar o jogo. A seguir,estão elencados alguns exemplos mais conhecidos.
Trava-línguas (devem ser falados rapidamente sem pausas)
• Se o papa papasse papa, se o papa papasse pão, o papa papava tudo, seria um papa papão.
• A rosa perguntou à rosa qual era a rosa mais rosa. A rosa respondeu à rosa que a rosa mais rosa era a rosa cor-de-rosa.
• Um ninho de mafagafos, com cinco mafagafinhos, quem desmafagafizar os mafagafos, bom desmafagafizador será.
• O doce perguntou para o doce qual o doce que era o mais doce. O doce respondeu para o doce que o doce mais doce é o doce de batata-doce.
• A jarra arranha a aranha, a aranha arranha a jarra.
• Depois de tudo o que eu disser, você diz "Comigo quatro"!, tá bom?
- Tá!
Fui andando por um caminho...
- Comigo quatro.
A manhã estava linda...
- Comigo quatro.
Vi três burros pastando...
- Comigo quatro.
Parlendas
• "Corre
cutia na casa da tia. Corre cipó, na casa da avó. Lencinho na mão, caiu no
chão. Moça bonita, do meu coração...Um, dois, três!
• "Batatinha quando nasce se esparrama pelo chão. Menininha quando dorme põe a mão no coração".
• "Minha
mãe mandou dizer pra eu bater neste daqui. Mas como eu sou muito teimoso, eu
vou bater neste aqui".
• "Lá em cima do piano tem um copo de veneno, quem bebeu morreu, o azar foi seu! Graças a Deus que não fui eu!".
• "Um homem
bateu em minha porta e eu abri. Senhoras e senhores, ponham a mão no chão.
Senhoras e senhores, pulem de um pé só. Senhoras e senhores, deem uma rodadinha
e vão pro olho da rua!"
Por VIVAVIDA