O QUE A IGREJA DIZ SOBRE A MENTIRA

01/04/2023

POR: CAJ

IMAGEM: BRUNO MARQUES/CANCAONOVA.COM
IMAGEM: BRUNO MARQUES/CANCAONOVA.COM

Respondendo de maneira simples e direta, no Catecismo: "A mentira é a ofensa mais direta à verdade. Mentir é falar ou agir contrariamente à verdade, para induzir em erro. Lesando a relação do homem com a verdade e com o próximo, a mentira ofende a relação fundamental do homem e da sua palavra com o Senhor".

Santo Agostinho diz: "mentir é ter uma coisa na mente e enunciar outra, seja com palavras, seja com sinais quaisquer. É por isso que se diz que o mentiroso tem o coração duplo, ou seja, um duplo pensamento: o pensamento da coisa que ele sabe ou acredita ser verdadeira e que não expressa, e o pensamento da coisa que ele expressa, mesmo sabendo e acreditando que é falsa".

Se considerarmos que o "mentiroso tem o coração duplo", perceberemos que mentir vai além do fato de enganar alguém. Existem vários desdobramentos do 8° mandamento, e muitos deles nem imaginamos.

Vamos destacar sete "formas de mentir" (creio que existam mais):

Perjúrio: trata-se de um juramento falso, da quebra de um juramento ou de falhar uma promessa. Ex: se, diante de um juiz, sob juramento, eu falto com a verdade, posso contribuir para a condenação de alguém, o que não é justo; ou então, se eu digo que farei algo, devo ir até o fim e cumprir a promessa feita, caso contrário não fui verdadeiro.

Juízo temerário: ele acontece quando fazemos um julgamento apressado, sem provas, baseado nas impressões que tivemos da pessoa ou da situação, ou em informações de segunda mão ("disseram-me que" ou "ouvi dizer que").

Maledicência: a própria palavra traz o significado – "dizer mal". Quando falamos mal de alguém ou sobre alguém, expomos a intimidade da pessoa e tiramos injustamente a sua boa fama.

Calúnia: trata-se de uma afirmação falsa, de maneira pública, contra alguém, ofendendo a honra da pessoa atacada. Desse grave pecado, muitos santos foram vítimas na história da Igreja. (São Narciso, São Padre Pio, São Geraldo Magela…).

Difamação: ela se parece com a calúnia – acontece quando desonramos uma pessoa espalhando informações falsas sobre ela.

Injúria: ligada, de certo modo, às duas precedentes, quando se diz algo falso, desonroso e prejudicial a pessoa atacada. Ex: alguém chama um menino pobre que passa na rua de "ladrãozinho" (sendo que ele não é).

Ironia: esse comportamento demonstra desdém e menosprezo por algo ou por alguém. É acompanhado de caricaturas que exageram certos defeitos ou qualidades de alguém e acabam ofendendo e ferindo.

"Guarda tua língua do mal, e teus lábios das palavras enganosas.
Aparta-te do mal e faze o bem, busca a paz e vai ao seu encalço."

(Salmo 33,14).