Bibliotecas itinerantes
Você sabia que, ao longo do tempo, novas ideias de espaço para bibliotecas foram surgindo ao redor do mundo com o objetivo de incentivar a leitura e a cultura?
Existem projetos de bibliotecas itinerantes em tanques de guerra, em barcos, em camelos e, outros em pontos fixos como em estações de ônibus, cabines telefônicas e até em praias.
Como primeiro exemplo no Brasil, temos A Biblioteca Circulante, que foi um projeto realizado em 1935 para levar livros à população da cidade de São Paulo. Este projeto de unidade móvel foi viabilizado por Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura
A Ford construiu e doou um modelo de caminhonete-biblioteca que passou a visitar periodicamente lugares como o Largo da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República, proporcionando aos frequentadores o contato com os livros. Em 1979, o serviço foi retomado com uma perua Kombi adaptada e passou a ser chamado de Ônibus-Biblioteca. Apesar de períodos de interrupção do serviço, o ônibus-biblioteca continuou circulando pela cidade de São Paulo. Em novembro de 2008 o projeto tomou um novo fôlego com a doação de veículos pela SPTRANS e quatro novos ônibus de cor amarela passaram a circular na cidade. Em 2015, já eram doze ônibus e 72 locais de atendimento, sendo 18 na Zona Norte, 27 na Zona Sul, 24 na Zona Leste e três na Zona Oeste. Em cada veículo, há um acervo de quatro mil itens, entre livros, revistas, gibis, mangás e jornais, para crianças, jovens e adultos.
Outros projetos na capital de São Paulo são o "Livro na Faixa", projeto colaborativo de compartilhamento de livro realizado através de estantes montadas em alguns terminais e a "Leitura no Vagão", que realiza ações de doação e troca de obras.
Em Brasília, foram montadas bibliotecas dentro de alguns ônibus, onde passageiros podem ler durante a viagem e até levar os livros para casa.
E não é só quem usa transporte público que pode se deparar com uma biblioteca móvel por aí. As "bibliotáxis" funcionam de modo semelhante às bibliotecas em terminais e pontos de ônibus, onde os livros ficam livres para serem usados durante o trajeto ou mesmo para serem levados para casa, havendo a opção de devolvê-los na próxima "corrida" ou não.
As "ciclotecas", que são bibliotecas móveis sobre duas rodas, têm aparecido em diferentes lugares do mundo. Aqui no Brasil, você pode encontrar uma cicloteca enquanto anda pelas ruas de Niterói (RJ).
A Bicicloteca dos Motoboys, um triciclo com capacidade para transportar 150 kg, beneficia população em situação de rua, comunidades de baixa renda e sem acesso à leitura. A Bicicloteca tem um padrão diferente das bibliotecas itinerantes convencionais, pois não apenas empresta livros, mas os doa para as pessoas após a leitura.
A ideia de usar animais para transportar livros também serviu de inspiração para alguns projetos. No interior do Maranhão, o "Jegue-Livro" leva sempre duas cestas coloridas cheias de livros ao povoado de Alto Alegre do Pindaré.
Em Piracaia, interior de São Paulo, foram instaladas, em alguns locais da cidade, casinhas de madeira nos pontos de ônibus reunindo vários tipos de publicações (revistas, poemas, contos etc.) que são disponibilizados para população local.
A "Biblioteca da Praia" foi criada na Praia do Amor, litoral do Rio Grande do Norte e reúne livros para empréstimo e aluguel de cadeira e guarda-sol.
Já, a "Gelateca", que fica no distrito de Potunduva, usa Geladeiras velhas para guardar livros, como se fossem bibliotecas. Pode-se pegar um livro e doar outro, ou ler no local e depois devolver, ou até se preferir, pegar um livro e levar para casa, mas depois devolvê-lo para que outras pessoas possam ler.
Por CAJ